28 maio, 2009

Sem título

Não tenho a intenção de bordar minhas leis com sangue. Entre a bondade e a justiça não sei o que me apraz.

Dos anjos e gênios quero apenas o som da arpa e a sabedoria. Não me valem muito.

Escolher um deles seria definir-me e não posso fazer isso.

Tenho inúmeras possibilidades, quero experimentar todas nessa encarnação. Desejo também conhecer cada possibilidade dos meus próximos e me realizar através dela.

O ser humano é mais do que pensa e menos do que pode. Sinto dó e dor...

Devia ser diferente. Acredito nos tempos que virão, onde o menor dos homens, aquele que sonha no seu colchão gasto, controlará as leis do universo e pousará sobre ele como que esperando o Deus que tirou longas férias. E quando Ele retornar, o homem, antes sonhador lhe dirá: “ Agora és bicho-homem, vá nascer de novo para entrar no meu reino”.

Soa caótico, sei. Mas é assim mesmo, mundo grande e desordenado, cheio de engrenagens emaranhadas.

Não é presunção querer mudar o mundo. Todos temos direito de dar nossa cara pra ele. Muitos passaram por aqui e deixaram sua fisionomia cheia de moral, preconceito, egoísmo, miséria e valores. Outros colocaram sobre tudo isso uma bela mascara.

Tudo está se dando a todo instante, ainda há tempo de atirar flores nesse monstro. Como bom filho da natureza que brinca de atirar bolas de neve com a força que o povo de Jerusalém atiraria pedras em Madalena, se não tivessem pecados.

Se tudo que o homem pensasse tivesse mais cor de causa humana...ai o que não seria de nós?!

"Definir-me seria me impor limites que a minha força desconhece" (Schopenhauer)